Vivificação da Flor

terça-feira, junho 11, 2013




A beleza da flor, quando a fixo compenetrado volto a sentir quão profundas são as bençãos de Deus. Conheci a Alegria do mundo ao adornar minha sala, com a camélia que floresceu no jardim. Aqueles que têm o desejo ardente de se igualar à beleza das flores, possuem corações que a elas se assemelham. (Mokiti Okada)


A lembrança da minha primeira experiência no aprendizado da Vivificação da flor através da Ikebana sempre me emociona. Quando participei de uma demonstração sobre Ikebana, na qual fiz meu primeiro arranjo, fui indagada sobre o que eu estava sentindo ao contemplar minha obra e a resposta imediata foi Gratidão. Essa vivência despertou em mim uma dimensão até então desconhecida sobre sentimentos de  bem estar que o contato com a Natureza me causam. A partir daí todas as atividades que desenvolvi relacionadas a criações com elementos da natureza tanto nos arranjos florais quanto no paisagismo, sempre despertaram gratidão e me trouxeram alegrias e realizações. 

A Ikebana é a Arte Japonesa do arranjo floral que é mais do que simplesmente colocar flores em um recipiente. É uma forma de Arte disciplinada na qual o arranjo é considerado vivo, onde Natureza e Humanidade são trazidos juntos. É rica na filosofia de desenvolvimento de uma proximidade com a Natureza e é considerada no Japão uma Arte, no mesmo sentido que a pintura e escultura são Arte, e, como tal, registros da sua história mostram que seu desenvolvimento sempre esteve apoiado por teorias articuladas e pela preocupação com a criatividade. 


Como Arte tradicional do Japão, a Ikebana tem sido praticada há mais de 600 anos. Surgiu através do ritual Budista de oferecer flores aos espíritos dos mortos. Mas, só em meados do séc. XV, com o surgimento dos primeiros estilos clássicos, a Ikebana alcançou status de uma forma de arte independente de suas origens religiosas, embora, até hoje, continua a manter forte conotação simbólica e filosófica. 

O alto nível de desenvolvimento da Arte floral no Japão é atribuído ao amor que o Japonês nutre pela Natureza. Pessoas de todas as partes do mundo apreciam a beleza natural, mas no Japão esta valorização é quase uma religião. Nesse sentido, o aspecto espiritual e filosófico mais evidenciado pelos mestres da Ikebana é que ela ajuda você a viver melhor o momento presente e apreciar as coisas da Natureza que passam despercebidas. O que contribui para uma pessoa se tornar mais paciente e tolerante com as diferenças não apenas da Natureza mas também com as outras pessoas. 
Dentre os mais diversos estilos/escolas de Ikebana, destaca-se a Academia Sangetsu. Estilo que busca representar uma forma de se chegar ao equilíbrio, à simplicidade e à beleza. O Sangetsu, que tem, como principio básico, o sentimento de respeito a Natureza que norteou a vida do Mestre e criador Mokiti Okada, cria composições capazes de refletir a beleza natural das flores em sua forma mais pura, levando paz e alegria a todos que apreciam os arranjos.

Mokiti Okada preconizava a criação do Paraíso através das flores e, para tal, incentivou o seu cultivo natural, ensinou o método apropriado para fomentar a sua produção e propôs que a sua beleza fosse levada a todos os lugares, como forma de diminuir a negatividade do mundo atual e elevar a consciência artística da humanidade pela contemplação do Belo. Grande admirador de todas as formas de expressão do Belo, Mokiti Okada, nutria um profundo amor e respeito pela Natureza. Dedicava-se também a diversos trabalhos artísticos, tais como a composição de poemas, a caligrafia, o desenho e a pintura, sendo a Vivificação da Flor a sua forma de arte preferida. Ensinava que o elemento principal na composição de Vivificação residia no sentimento de amor às flores, e no desejo de, através delas, levar alegria e a paz ao coração de todos os homens.

Foi na Academia Sangetsu de Vivificação pela Flor, que eu tive meu primeiro contato com a Ikebana, se você aprecia e se identifica com os preceitos do Mestre Mokiti Okada, lá certamente é o lugar certo para uma experiência com base no espírito de respeito pela Natureza e sentimento de amor que contribui para a alegria e satisfação própria além do embelezamento da sociedade. Saiba mais aqui.

Abraços,
Sejamos Felizes!

Imagens: Web/google, e coleção particular.


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"Eu agradeço pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou... Pela capacidade de me olhar mais devagar... já que muita gente já me olhou depressa demais. Olhe devagar cada coisa. Aceita o desafio de ver o que a multidão não viu. Entre cascalhos disformes, estranhos diamantes sobrevivem solitários. É bom ter amigos. Eles são pontes que nos fazem chegar aos lugares mais distantes de nós mesmos. A beleza anda de braços dados com a simplicidade. Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins."
(Pe. Fabio de Melo)